2012 e a Ascensao Planetaria

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

De Ti ao Infinito


Ken Wilber
O que vou fazer adiante é simplesmente "descrever"
a Identidade não dual agora mesmo, do modo como
ela é imediatamente vista. O que se segue é fluxo
de consciência, por isso perdoa qualquer falha.
Simplesmente descontrai a mente e lê O que se
segue levemente (se uma frase faz imediatamente
sentido, bem, se não, continua lendo relaxadamente):
O que TU tens andado à procura é literalmente e
exactamente O que lê esta página agora mesmo.
Esta Identidade não pode ser encontrada pois
nunca se perdeu: TU sempre tens visto que TU
tens sido TU . Esta Identidade é uma condição
permanente de tudo O que surge, é O espaço no
qual tudo surge, nada tem fora de Is e por isso é
Paz absoluta, e irradia sua própria beleza em
todas as direcções. O João surge no espaço
desta Identidade, O João surge neste espaço
infinito, nesta receptividade pura. O João é um
objecto, assim tal qual uma árvore ou uma
nuvem que surge no espaço DA Identidade que
TU és. Agora não estou a falar ao João, estou a
falar para ti. O que está ciente do João é esta
Identidade sempre presente. Esta Identidade
está ciente do João surgindo agora mesmo.
Esta Identidade é Deus. Deus está lendo esta
página. O João não está lendo esta página, Deus
está lendo esta página. A Identidade está ciente
do João e ciente desta página. Tu não és O João.
Tu és O que está ciente do João. O que está ciente
do João é uma Identidade que em si mesma não
pode ser vista mas unicamente sentida, sentida
como uma certeza absoluta, uma inabalável
Identidade, EU SOU este EU SOU eternamente,
intemporalmente, interminavelmente.
Só existe esta Identidade em todas as direcções.
Tudo surge espontaneamente no espaço desta
Grande perfeição que é esta Identidade, que está
lendo esta página agora mesmo. E TU, João, és
essa Identidade. Tu sempre tens visto que TU és
esta Identidade. Nunca houve um momento em
que não soubeste que TU és _TU Não consegues
recordar um momento no qual TU não foste TU.
A única coisa que sempre podes recordar é aquilo
que esta Identidade fez. Só existe esta Identidade.
Não a podes alcançar, pois é ela que tenta O alcance,
não a podes ver, pois é ela que realiza a visão agora
mesmo, isto significa que, tudo simplesmente surge
na Sua presença: O mundo inteiro surge na tua
presença agora mesmo. Tu és esta extensão na
qual tudo espontaneamente, sem esforço, surge.
Tu és Este Primeiro. Tu sempre tens sido Este
Primeiro. Só existe Este Primeiro. Não suponhas
que O estás a encontrar. Não suponhas que te tens
esquecido Dele. A única coisa que sempre tens
conhecido, a única coisa que te é dado recordar,
a única coisa que na verdade estás sentindo agora
mesmo é Este Primeiro: a Identidade, a Presença,
a qualidade de tudo, tal como é, e tal como surge
na tua Presença – a simples sensação de Ser – que
é tudo O que TU sempre sentes, permanentemente.
Falha as nuvens: elas estão surgindo na tua consciência:
estão surgindo em ti. As nuvens estão fora do João
mas dentro DA tua Identidade. Olha para O teu corpo
e para esta sala. O teu corpo está nesta sala, mas
ambos O teu corpo e esta sala surgem NA tua consciência.
Tu estás literalmente sustentando-OS amorosamente
na tua consciência. As montanhas estão aparecendo
na tua consciência: estão surgindo em it e tu sustenta-las
amorosamente na tua consciência, segurando o mundo
que desponta no teu abraço, qual terno e radiante amor.
As montanhas estão surgindo fora do João mas no interior
da tua Identidade. As nuvens, as montanhas, e o João
estão todos simultaneamente, e sem esforço, surgindo
nesta Identidade, o leitor desta página. Tudo o que
está surgindo surge neste inabalável EU SOU, que
não é uma coisa ou um objecto ou uma pessoa, mas
a receptividade ou clareira na qual todas as coisas
e todos os objectos e todas as pessoas estão a surgir.
Esta vacuidade, esta receptividade, este grandioso
espaço é a tua Identidade, é O que tu sempre tens
sido, é O que tu és antes de os teus pais terem nascido,
é o que tu és antes de acontecer o Big-Bang. Antes de
Abraão ser, EU SOU. Não há um antes e um depois
para este instante presente, que a Identidade é. Só
existe este instante, agora, da Identidade que está
lendo esta página neste preciso momento. Não há
um passado e um futuro neste interminável instante.
Todos os antes e todos os depois surgem _nesta
consciência. Só existe esta sempre-presente, nunca-
iniciada, nunca-terminada, não-nascida, imperecível,
beleza radiante que está ciente desta página, que

está ciente deste universo, e que encontra todos estes
NO espaço que em si mesma é, e por isto, todas as
coisas surgem na Paz inabalável que as sustenta
facilmente com o seu amparo. O João existe no
universo; o universo existe na tua Identidade.
Por isso, sê esta sempre-presente Identidade que
está lendo esta página. Não o estou a dizer ao João,
estou a falar para ti Deixa o João aparecer e
desaparecer como qualquer objecto. Permite que o
João apareça, fique por um pouco, e parta: o que tem
isto a ver com a tua Identidade? Todos os objectos
aparecem, permanecem, e partem no vasto espaço
e vacuidade que está ciente deste momento, e este
momento, e este momento, e este momento. Ainda
assim, este momento não tem fim, tu na verdade
nunca sentiste que o presente tenha chegado a um
termo pois isso nunca acontece: o presente é a única
coisa que é real: este instante imediato, presente,
esta simples sensação de Ser, exactamente a mesma
sensação-consciência na qual esta página flutua,
e na qual o João flutua, e na qual as nuvens flutuam.
quando tu sentes este instante presente, nada encontras
fora dele – não é possível vislumbrar o exterior deste
instante intemporal, pois nada existe além dele. Este
instante, e este e este é tudo quanto tu conheces, e
este instante imediato presente é simplesmente outro
nome para a imensurável Identidade na qual surge
o kosmos inteiro, uma radiante, rejubilante, extasiada
dilatação de felicidade e um desejo de partilhar esta
Alegria infinita com outra pessoa. Porque esta página
e as montanhas e as nuvens todas surgem na tua
consciência, nada existe fora da tua Identidade. Que
não existe literalmente nada exterior à tua Identidade
significa que não existe literalmente nada que a possa
ameaçar. Uma vez que conheces esta Identidade, tu
conheces a Paz. Porque tu já és, directamente,
imediatamente, e intimamente um e idêntico a Aquele
que está lendo esta página agora mesmo, tu conheces
Deus agora mesmo, directamente e imediatamente
e inequivocamente e inegavelmente E porque conheces
Deus agora mesmo, como a própria Identidade lendo
esta página, tu sabes que finalmente, verdadeiramente,
profundamente estás em casa, um lar que sempre
directamente tens conhecido e sempre tens fingido
não conhecer. Por isto, deixa de fingir. Reconhece
que tu és Deus. Reconhece que tu és Perfeição.
reconhece que tu és a própria Verdade que os sábios
têm procurado há séculos. Reconhece que tu és Paz
acima da inteligência. Reconhece que estás tão
arrebatadamente feliz que tiveste de manifestar
este mundo inteiro só para gerar o testemunho
da beleza radiante que não podias conter só em e
para ti mesmo. Reconhece que a Testemunha desta
página, a Identidade deste e todos os mundos, é o
próprio e único verdadeiro Espírito que olha através
de todos os olhos e ouve através de todos os ouvidos
e se estende em amor e compaixão para abraçar os
próprios seres que Ele mesmo criou numa extasiada
dança que é o segredo de todos os segredos.
E reconhece que estás Só, que és literalmente o Único
em todo o universo: não há outros para este Primeiro.
Há efectivamente outros para o João, mas tanto o João
como os outros surgem na consciência que está lendo
esta página, e esta consciência, esta Identidade, não
tem um outro, pois todos os outros surgem nesta
Identidade. Primeiro sem segundo é O que está lendo
esta página. Portanto, sê esse Primeiro. E dá também
um abraço meu ao João.
*p.s. Compreendes, completamente, plenamente,
indubitavelmente, que aquele que está lendo esta
página é aquele que a escreveu, sim? O João, e o
Ken, e esta página, todos surgem na Testemunha
desta página, percebeste? Difícil não é encontrar
a Identidade, o que é impossível é fugir dela. Por
isso deixa toda essa excitação do encontrar e do
perder, e simplesmente sê Aquele no qual todos
os mundos estão agora a surgir. Vá, põe-te então
na rua e vê o mundo maravilhoso erguendo-se na
tua própria sensação-consciência, surgindo no
teu próprio Ser, e depois, como de costume, vai
beber uma cerveja, ou qualquer coisa assim
O texto original em:
http://www.integralnaked.org/talk_infinity.aspx

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