2012 e a Ascensao Planetaria

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A energia que emana do olhar



A história da humanidade tem mostrado que
o nosso olhar sobre a vida passa pelos valores
herdados de nossos ancestrais guerreiros.
Basta-nos, para isso, observarmos que a
cultura do orgulho, da ambição, da sedução
e demais jogos de poder são energias que
"incorporamos" e projetamos através do olhar
que busca ascenção no mundo das aparências,
onde geralmente, ainda perseguimos a vitória...
o triunfo a qualquer custo.

Dizia o escritor grego Plutarco sobre o olhar

guerreiro: "Os olhos lançam dardos de fogo que
golpeiam tudo aquilo que veem"; ou a inscrição
na múmia da pitonisa egípcia muito respeitada
nos tempos do faraó Amenófis IV, onde se lia:
"Desperta da tua prostração e o teu olhar
triunfará sobre tudo quanto se faça contra ti".

Portanto, o olhar humano é uma consequência

coletiva de nossa cultura milenar baseada em
valores guerreiros, mas também, uma decorrência
específica baseada em escolhas individuais da
trajetória de vivências de cada espírito. Crendices
à parte, o conhecimento espiritual assegura que
o olhar possui uma força proveniente de uma
irradiação que surge do olho humano. Esta
teoria é conhecida desde a remota antiguidade,
testificada na Bíblia e em vários escritos gregos
e romanos.

O olhar humano esconde uma força que para

muitos pode passar despercebida; contudo,
muitas vezes, um simples olhar expressa mais
de cem palavras. A sua energia pode produzir
muitos efeitos diferentes, pois com ela,
expressamos o nosso interior. Um exemplo disso
é quando o olhar entre duas pessoas se encontram,
ou seja, ambas podem sentir a energia que flui de
um para o outro. E dependendo do tipo de energia,
a repercussão física é imediata: sensações físicas
de calor, frio, arrepios, etc., fluxo que muitas vezes
não conseguimos sustentar por constrangimento
e medo da intimidade.

No entanto, o olhar observado na profundidade de

seu significado não é somente a visualização de algo
concreto, real que está à nossa frente... ou o olhar
ancestral que seduz e oprime. O olhar através da
janela da alma é uma projeção do conhecimento
pré-adquirido e, ao mesmo tempo, a captação de
conhecimentos que estão sendo incorporados no
presente, fruto de experiências que envolvem
também sentimentos e emoções genuínamente
humanas.

No livro "Pergunte a Platão", o seu autor, o filósofo

e escritor Lou Marinoff, registra algo interessante
sobre a "visão extra" que devemos adquirir através
de um olhar que transcenda o mundo das aparências:
"Dentro da caverna está o mundo indistinto das
aparências, fora da caverna, o mundo ensolarado
das idéias ou formas. Ali conquistamos a visão clara
e a compreensão profunda da realidade, inclusive
da origem de todas as coisas dentro da caverna".

Sendo o olhar, a verdadeira expressão de nosso

interior, portanto, o "raio X" de nossas legítimas
intenções que transcendem através da janela da
alma, é a partir dele que devemos mudar em nós
o que precisa ser mudado. E toda mudança interior
implica em alterar um padrão comportamental
que nos acompanha há muito tempo.

A busca da paz interior pelo processo de erradicação

de sentimentos inferiores que nos atormentam desde
tempos imemoriais, pode ser o início de uma longa
jornada de depuração da alma através da
transformação de um olhar que incute medo ou
indiferença a quem o capta, em um olhar que
transmite confiança, generosidade e amor.

Nesse sentido, conforme descreve Públio José em

seu artigo "A força do olhar", a grande diferença
entre o olhar de Jesus Cristo e o olhar dos homens,
"é que o olhar de Jesus Cristo expressa amor
incondicional, e um dos momentos da comprovação
deste fato foi durante a tortura a que Jesus foi
submetido na fortaleza de Pilatos.

Pedro estava presente e em determinado instante,
quando o galo cantou - depois de Pedro ter negado
Jesus por três vezes - o olhar do mestre se cruzou
com o do apóstolo. O relato bíblico diz que Pedro,
após o olhar, "saindo dali, chorou amargamente".
Porque foi de choro a sua reação? Porque não foi
de ódio?

Porque o amor expresso no olhar de Jesus não há
violência, mesmo a mínima agressão, e sim compaixão.
Pedro ficou desorientado e desandou a chorar.
Esperava um olhar de ódio, em troca, recebera um
olhar carregado de amor". E completa, Públio José:
"A intensidade do olhar de Jesus modificou a sua vida,
e o choro foi o reconhecimento de que fora perdoado.
O mensageiro? Um simples olhar - um olhar cheio
de amor".

E seguindo os olhares deixados por Jesus Cristo,

Buda e demais espíritos iluminados que aqui
edificaram as suas obras na energia do amor
fraternal, este é mais um desafio que enfrenta
o homem do terceiro milenio: adquirir um olhar
de amor para a vida, porque "olhar nos olhos" é
uma das melhores formas de contato humano...
uma ponte entre almas que podem caminhar
juntas em busca da evolução.
Flávio Bastos
www.flaviobastos.com

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